Pesquisa mostra que pessoas com deficiência acham que falta acessibilidade em prédios públicos e estabelecimentos comerciais

A acessibilidade ainda é um dos mais graves problemas que as pessoas com deficiência enfrentam no dia a dia nas cidades brasileiras. Essa é um das conclusões da pesquisa feita pelo DataSenado em parceria com o IBDD. Prédios públicos, estabelecimentos comerciais, ruas e calçadas não estão preparados para garantir o direito de ir e vir das pessoas com deficiência.

A pesquisa do DataSenado é a primeira do gênero no país a ouvir diretamente as pessoas com deficiência. Foram entrevistadas 1.165 pessoas entre 28 de outubro e 17 de novembro, com base no banco de cadastros do IBDD que fez uma seleção de 10.273 pessoas em todo o país. 

Para 64% dos entrevistados, apenas a minoria de prédios públicos está adaptada para receber pessoas com deficiência. A mesma percepção é observada em relação aos estabelecimentos comerciais. Sessenta e seis por cento dos entrevistados acham que apenas uns poucos estabelecimentos comerciais estão adaptados. E 1/3 dos ouvidos, acreditam que as cidades brasileiras não têm ruas e calçadas acessíveis.

A falta de acessibilidade se estende para o transporte público. Para 49% dos entrevistados, o principal problema é a falta de transporte adaptado.  E quando existe acessibilidade nos transportes, falta colaboração dos funcionários (27%) e respeito ao assento preferencial (24%).

A pesquisa do DataSenado revela um cenário preocupante para o país que vai sediar a Copa do Mundo de 2014 e as Olimpíadas em 2016. Quatro em cada 10 pessoas com deficiência ouvidas pela pesquisa já deixou de ir a algum lugar por falta de acessibilidade. Mas a pesquisa serve de alerta para as autoridades de que ainda falta muito para se fazer em políticas públicas para garantir que as pessoas com deficiência possam desfrutar dos espetáculos dos jogos da Copa do Mundo e das Olimpíadas.